De acordo com a Al Jazeera, equipamentos foram comprados há 5 meses. Famosos no Brasil na década de 1990, pagers passaram a ser usados pelo Hezbollah por medo de que Israel rastreasse celulares.
As explosões coordenadas de pagers usados pelo grupo Hezbollah foram provocadas por explosivos implantados previamente nos equipamentos, segundo a agência árabe Al Jazeera. Nove pessoas morreram e outras 2.750 ficaram feridas, nesta terça-feira (17).
O grupo extremista e o governo do Líbano responsabilizaram Israel pelo ataque. Até a publicação desta reportagem, o governo israelense não havia se pronunciado.
De acordo com a Al Jazeera, fontes da segurança libanesa informaram que os pagers que explodiram foram importados pelo Hezbollah há 5 meses. Dentro dos equipamentos, foram identificadas cargas explosivas de até 20 gramas.
A forma como a carga explosiva foi ativada ainda está sendo investigada, segundo a agência.
Possibilidades
Especialistas ouvidos pela agência americana Associated Press já haviam indicado duas possibilidades:
A implantação de explosivos nos pagers.
O envio de um pulso eletrônico que provocou a explosão.
Um membro do Hezbollah disse à agência que os pagers esquentaram antes de explodir. Os equipamentos eram de uma marca que não era comumente usada pelo grupo.
Ainda segundo a Associated Press, os pagers foram comprados pelo Hezbollah após o líder do grupo ordenar a suspensão do uso de celulares. A estratégia foi adotada para evitar que a inteligência israelense rastreasse informações do grupo.
O especialista Alex Plitsas disse que imagens divulgadas nesta terça-feira após o ocorrido indicam sinais de detonação.
"Um incêndio de bateria de íons de lítio é uma coisa, mas nunca vi explodir assim. Parece uma pequena carga explosiva", disse.
Segundo Plitsas, neste caso, existiria a possibilidade de Israel estar ciente da compra do Hezbollah. Sendo assim, de alguma forma, a inteligência israelense teria modificado os equipamentos antes da entrega.
Já Yehoshua Kaliskyy, cientista e pesquisador sênior do Institute for National Security Studies, afirmou que um pulso eletrônico enviado à distância pode ter provocado as explosões.
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